terça-feira, 15 de março de 2011

Minha banda está com as músicas prontas e nós queremos gravar. O que fazemos? - By Sergio Filho

Como todo mundo sabe, hoje em dia o processo de democratização da música já está bem adiantado e nessa onda se inclui uma tremenda facilidade para se fazer gravações caseiras ou em estúdios (já que o custo desses diminuiu assustadoramente). Entretanto, ainda falta um bocado de informações que ou não chegam com facilidade aos artistas ou são envolvidas e empoeiradas por uma nuvem de mitos que circunda o universo do áudio. E é pra isso que eu estou aqui!!! Não vou bancar uma de Myth Buster mas vou tratar desses assuntos que geram muita dúvida na cabeça dos artistas de acordo com a minha experiência e com a ajuda da vivência de outros colegas de profissão.

E pra começar, vamos ao que interessa: sua banda ensaiou durante um bom tempo e vocês acham que estão prontos para gravar. Mas aí vem aquelas dúvidas: que estúdio eu escolho? quanto custa? o que faz um produtor musical?

Hoje em dia, com diversas opções de divulgação gratuita da sua música como o MySpace, o Pure Volume, o Trama Virtual, o Oi Novo Som e até o Facebook, fica difícil entrar na parada sem uma gravação. Mas hoje em dia não há limites ou regras pra se chegar nesse reultado. Você pode lançar uma música (como antigamente se fazia com o single) ou pode lançar um EP contendo 4/5 músicas (e que antigamente significava Extended Play, um extensão de um álbum lançado anteriormente só que com menos músicas – alguns chamariam-nas de “sobras” de estúdio) ou ainda pode decidir fazer um álbum com 10/12 músicas. A primeira questão é: onde gravar? no estúdio ou em casa?

Isso vai depender de alguns fatores como o orçamento disponível pois, para se gravar em casa é necessário fazer a compra de alguns equipamentos. Além disso, vai ser preciso alguém com competências para gravar, mixar, masterizar e ainda por cima produzir o material. Calma! Não precisa se assustar. Qualquer um é capaz de fazer isso, desde que faça essa escolha conscientemente e busque as informações corretas (e aqui eu vou disponibilizar várias delas).

Mas antes, vamos entender o papel de cada um nesse processo:

* O produtor musical é o cara responsável por escutar de fora o trabalho, entender o objetivo e a sonoridade do artista e conseguir extrair dele o que ele tem de melhor. Além disso o produtor musical precisa estabelecer o link entre os técnicos que vão trabalhar no projeto e o artista. Não é regra, mas é bastante desejável que o produtor também entenda de gravação, mixagem e masterização, além é claro de ter um ótimo ouvido e um bom relacionamento com todos. Não é uma tarefa fácil, mas muitos produtores foram responsáveis por esculpirem grandes sucessos de vendas.

* O técnico de gravação é o especialista em captar o melhor som dos músicos. Precisa conhecer bem as técnicas de microfonação, além de saber operar as novas opções como os plugins simuladores de amplificação, instrumentos virtuais e etc.

* O técnico de mixagem tem um papel importantíssimo durante o processo: ele é responsável por criar a atmosfera da música e fazer com que a mensagem dela seja passada da melhor forma. Fazer o baixo e o bumbo trabalhar em conjunto, a caixa levar a música pra frente e as guitarras capricharem a parede que vai receber a voz do cantor(a) são algumas das habilidades do mixador.

* O técnico de masterização dá aquela guaribada final. Ele é responsável por polir a mixagem e trazer o brilho e volume que uma gravação profissional deve ter.

Hoje em dia, em muitos casos, o mesmo profissional desempenha vários desses papéis. Não é raro que o próprio artista se produza, grave e faça a mixagem do seu trabalho. Também é bastante comum o produtor de um disco fazer a gravação e a mixagem. E, menos comum (mas não raro), o mesmo profissional gravar, mixar e masterizar.

É claro que numa situação ideal ($$$) é desejável ter um produtor, um técnico de gravação, outro de mixagem e no final masterizar o disco em um estúdio próprio para isso (as técnicas são outras e os equipamentos também). Mas isso não vai impedir que você faça o seu trabalho, desde que faça bem as escolhas e use de forma correta o seu dinheiro disponível. É essencial que o produtor do disco seja uma pessoa em quem o artista confie e seja também um cara fácil de se relacionar. Já imaginou que coisa chata e criativamente bloqueante um produtor com quem você discute e briga o tempo inteiro dentro do estúdio? Não é saudável pros dois, não é saudável pro disco nem saudável pro bolso. Por isso, busque o histórico do seu produtor. Conheça outros trabalhos que ele realizou e, principalmente, sente e tenha uma boa conversa e veja se vocês se entendem. Falar a mesma língua é fundamental!!!

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