terça-feira, 15 de março de 2011

Manual de sobrevivência na selva dos estúdios By Sergio Filho

Depois de esmiuçar um pouco o papel de cada um nas etapas da produção de um disco, agora vou falar um pouco sobre alguns termos que circulam dentro dos estúdios. Primeiramente, abordarei um mito para quem se interessa pelo assunto e vai gravar, mas, que de repente, não quer ser um produtor. Afinal, Pro Tools é melhor?


Vou começar pelo assunto mais polêmico, claro! Todo mundo comenta do Pro Tools, uns bem, outros mal. Mas muita gente, de fato, sabe pouco sobre esse tão importante software de produção musical.

Pra começar, o Pro Tools é um programa (que a gente costuma chamar de DAW – Digital Audio Workstation, ou estação de trabalho de áudio digital, em tradução livre). Assim como ele, existem muitos outros (uns tão antigos quanto ele) como o Sonar, o Cubase, o Logic e o Nuendo. Usar o programa Pro Tools por si só não faz o seu disco soar como as grandes produções norte-americanas e europeias. É claro que cada software tem o seu próprio algoritmo responsável por transformar aquelas várias trilhas de áudio em um arquivo estéreo. Por esse motivo, existe a possibilidade do resultado ser distinto em cada um deles.

Mas o que geralmente se confunde em relação ao Pro Tools é a existência do Pro Tools HD. A tecnologia HD (high density, alta densidade) consiste no processamento do áudio com uma taxa de amostragem de 192kHz à 24 bits. Essa qualidade só é possível, no universo do Pro Tools, usando o hardware desenvolvido pela extinta Digidesign (hoje Avid). Esse hardware sempre custou muito caro e, por isso, não está presente na maioria dos estúdio que atendem aos músicos independentes. Talvez, por esse motivo, tenha se misturado o programa Pro Tools com o hardware que trabalha na sua versão HD.

A rigor, a escolha do software a ser utilizado na sua gravação é mais importante para quem vai de fato gravar e trabalhar operando o computador e suas interfaces do que para os músicos. É claro que é inegável a popularidade dos sistemas Pro Tools, o que confere uma compatibilidade maior entre os estúdios (para o caso de você querer continuar seu trabalho em um outro estúdio). Porém, isso não o impede de fazer um excelente trabalho em outro programa. Não vá deixar de gravar seu disco naquele estúdio que lhe oferece a melhor condição, e o melhor ambiente, por uma simples questão de escolha de programa.

Hoje em dia, trabalhar com altas taxas de amostragem não é exclusividade dos sistemas Pro Tools. Há muitas empresas fortes no mercado, com sistemas bastante competitivos. Entretanto, essa ainda não é a realidade da maioria dos nossos estúdios. É claro que a qualidade com que o áudio analógico (real) vai ser convertido em áudio digital influencia na qualidade do trabalho, mas essa qualidade nunca excluirá todos os outros sistemas que já conhecemos, e dos quais já ouvimos excelente trabalhos, muitos deles comerciais. Lembrando um pouco dos outros dois textos que escrevi aqui, nada vai substituir uma boa canção, com um arranjo forte e uma produção bem feita. Equipamento não vai limitar o sucesso do seu trabalho!

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